domingo, 17 de outubro de 2010

Solidão II

A minha vida toda passei sozinho,
Sem ter alguém,
Sem ter ninguém

Nunca confiei em mim mesmo,
Nunca confiei muito nas pessoas,
Até que me ensinaram a confiar nas outras pessoas

Mas ninguém nunca se perguntou
O porque de que sempre fui sozinho,
E hoje por confiar nos outros,
Me afundei em algo que não posso sair sem ajuda

Na minha vida
Passei por muitas coisas,
Coisas dolorosas,
Mas nada que me fizesse parar,
Porque nunca passei por algo tão ruim

Mas quando se é pequeno,
O mundo parece inocente,
E poder ver a morte de todos que ama não é muito agradavel

Quando era pequeno via o mundo como algo lindo,
Algo inofensivo,
Até a hora que podia ver tudo,
Ver a morte de todos que amava,
Toda minha familia,
Morrendo num piscar de olhos,
E eu não podia fazer nada

Passei anos sem confiar em alguém
Ou ninguém,
Apenas vivendo sozinho,
Sendo mal visto,
Mas me manter como sou

Para chegar a um ponto
De que de tão esquecido e sozinho
Aparecerem pessoas realmente legais e me estenderem a mão,
Para chegar depois o tempo e levá-las todas embora,
E novamente não pude fazer nada

E a cada ano
Novas pessoas me estenderam a mão,
Mas essas não foram sinceras comigo,
Na minha frente diziam uma coisa,
Mas por traz de mim, diziam outra...

As pessoas não me entendem,
Não me aceitam,
Dizem que posso confiar nelas,
E que elas confiam em mim,
Mas nunca me contam nada,
Mas contam pros outros o que não entendem em mim

Fiquei tão só,
Que aprendi muito sobre as pessoas,
E confio nelas porque tenho esperança que alguma irá me retribuir a confiança,
Já que praticamente todas até agora
Me traíram de uma certa forma

E a vida,
A vida não passa de um jogo agora,
Pois se não jogar, tudo acaba,
Tudo sempre acaba,
Como as flores no fim da primavera,
Todas,
Acabam.

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